Por que tanta insatisfação no trabalho?

Marcelo Possidônio

Pesquisas de satisfação no trabalho, não só aqui no Brasil, apontam que menos de 30% das pessoas estão satisfeitas com o que fazem (apenas 21% dos funcionários se sentem engajados no trabalho, segundo estudo Gallup).

Não saber lidar com sua liderança, não se sentir reconhecido ou ouvido, são alguns dos motivos que lideram essa lista de tanta insatisfação no ambiente profissional.

Responda aí. E você, em qual grupo está? No das pessoas satisfeitas, menos de trinta por cento delas? Ou faz parte das pessoas infelizes? Da grande e esmagadora maioria que já na segunda-feira não vê a hora da sexta chegar – para ir embora para casa, de onde não gostaria de ter saído. Das pessoas que, quando veem o domingo chegar ao fim, entram em profunda tristeza porque na manhã seguinte precisam voltar ao trabalho que aprenderam a odiar, a não suportar mais.

A qual grupo você pertence? E já se questionou sobre isso?

Pelos resultados obtidos nas pesquisas, a insatisfação nas instituições empresariais é quase generalizada, pandêmica mesmo, não é?

Dê um Google e ficará assustado ao perceber que algumas pesquisas chegam ao impressionante índice de 90% de insatisfação (90% dos brasileiros se dizem infelizes e insatisfeitos, segundo pesquisa realizada pelo Survey Monkey).

Vou me repetir: 90% de insatisfeitos juntos, num mesmo ambiente.

Como assim, de dez pessoas da equipe, apenas uma delas está feliz?! Como aguentar um clima desses?

Eu sempre questionei esses índices absurdos de gente infeliz por metro quadrado. E questiono isso desde 1994, quando iniciei, oficialmente, meu trabalho com treinamento e desenvolvimento de pessoas, isso nas Lojas Americanas, empresa na qual fiquei por alguns anos e da qual saí para me estabelecer como consultor de T&D.
Meu principal objetivo sempre esteve direcionado para desenvolver uma equipe engajada, feliz com o que faz e grata por seu trabalho. Vibramos pelos resultados que alcançamos juntos!

Meu trabalho, o qual é uma verdadeira história de amor, é desenvolver pessoas, tenho ações voltadas para o cumprimento de objetivos e, sobretudo, explicar o sentido que cada coisa possui; como, por exemplo, o grande bem que é ter o trabalho, por si só.
Entendeu a razão pela qual questiono o resultado assustador dessas pesquisas?

“Um dos grandes motivos, a priori, para uma pessoa ser feliz com o que faz é saber o significado do trabalho que tem e sua representatividade perante a própria vida”, eu já dizia há décadas.

A infelicidade de uma pessoa, geralmente, costuma entrar pela janela da perda do real sentido das coisas. E no trabalho não é diferente.

Mas voltando aos resultados dessas pesquisas, seria insuportável conviver e ser parte de uma equipe na qual, 7 ou 9 pessoas em cada 10, trabalham infelizes. Sem falar que seria impossível uma empresa dessas, com tanta gente infeliz, ser sustentável, competitiva, ir pra frente, uma vez que uma empresa é resultante da contribuição de cada pessoa que lá trabalha. Infelicidade não gera bons resultados.
Por favor, pare um pouquinho para pensar. Não faz sentido tanta gente infeliz junta, faz?
Cabe ou não nos questionarmos sobre esse tema, considerando seus resultados tão catastróficos? E acima disso: de que modo podemos criar ações que mudem esses resultados?

Quero deixar bem claro que não estou aqui para questionar a seriedade dessas pesquisas, que simplesmente apontam o que as pessoas respondem. Mas quero propor uma discussão aqui. Qual a tratativa que as empresas têm dado para esta questão? Ou ainda, será que os gestores conseguiram fazer a leitura correta dos resultados apresentados na pesquisa? O problema crônico da falta de mão-de-obra e a retenção dos talentos tange justamente em não voltarmos nossa atenção e esforços para mitigar esse estado inconsciente de insatisfação e infelicidade.

O objetivo de uma pesquisa de clima ou satisfação é identificar a percepção dos colaboradores quanto ao ambiente interno, procedimentos, liderança e principalmente a cultura da empresa. Fazer uma análise honesta é essencial para direcionar às tratativas que impactarão diretamente nos resultados.

Ressalto também que a questão da saúde mental tem saído das sombras e começa a ser vislumbrada nas organizações e ainda muito timidamente pela gestão pública de saúde.

Tratar da saúde dos pensamentos e emoções, com toda certeza, trará melhor qualidade de vida sob todos os aspectos, o que afetará diretamente o ambiente de trabalho.

Um indivíduo com mente e emoções saudáveis, terá hábitos mais saudáveis, será mais comprometido consigo e com seu trabalho, o que resultará numa melhora acentuada nas taxas de absenteísmo, aumento da produtividade, engajamento, foco, desenvolvimento, e a lista não para por aqui… Todos ganham!

Esse tipo de investimento em treinamentos e apoio psicológico, sai mais barato, considerando os atrasos, faltas, estados depressivos com baixa produtividade e níveis de concentração. Nesse sentido, melhor saúde mental, melhor saúde física, menos faltas, maior sentido de propósito e maior satisfação pessoal e profissional. 

Você já pensou no valor que as coisas tem no seu ambiente de trabalho? Que significado bom é ter pessoas para se relacionar, mesmo que muitas questões relacionais ainda sejam conflitantes. E não tem lugar melhor para crescer e se relacionar do que no trabalho, por mais desafiador que seja. E quanto custa isso, comparado ao valor que tem? Contar com pessoas para dialogar, tomar um café… Falar de sonhos, das notícias da semana, do que aconteceu no fim da semana passada? E, mesmo para quem trabalha no sistema home office, quão precioso pode ser contar com uma atividade profissional, colegas para dialogar, marcar aquele encontro on-line ou presencial.

Desde minha atuação nas Lojas Americanas, bem como em todas as empresas para as quais trabalhei, e que trabalho atualmente como especialista contratado, certamente o resultado de uma pesquisa de satisfação seria e será outro. 

Acha que, mesmo você fazendo o que ama fazer ou diz gostar, não tem tarefas chatas a serem feitas, não tem pessoas difíceis para lidar?

Acontece que muitas pessoas dizem que não gostam do que fazem porque não fazem o que amam. Pronto: mais um número de pessoas para aumentar ainda mais esse índice de insatisfação das empresas.

“– Quero fazer o que amo!”
Então a questão é: “– Por que não faz, então?”. “– Por que não se encoraja a isso, então?”

Você não ama o que faz?

Então te desafio! Substitua a expressão: “amar o que faço”, por “fazer com amor” o que faço.
O que mais importa é o significado daquilo que fazemos. Os efeitos para a sociedade, a empresa, as pessoas com as quais trabalhamos ou para as quais fazemos o que fazemos.

O autoconhecimento, o entendimento das relações nos ambientes familiar e corporativo, a descoberta de um propósito e motivos para se dedicar e agarrar as oportunidades… Pode acreditar em mim, por experiência, inclusive, as pessoas só precisam ser mais bem orientadas para oferecer o melhor de si mesmas e serem felizes com aquilo que hoje têm para fazer.

Se este artigo fez sentido para você, se despertou seu interesse por saber mais sobre esse assunto, por favor, mande-me uma mensagem. E caso queira levar para sua empresa a minha palestra “Motivos para ser feliz no trabalho que tem”, também fique à vontade para solicitar um orçamento e terei prazer em conversarmos a respeito.

A palestra “Motivos para ser feliz no trabalho tem”é estruturada sob encomenda, adequada às necessidades e peculiaridades de sua empresa, ou da pessoa à qual você pode indicar esse meu trabalho de conscientização e mudança de resultado nas empresas. Pessoas felizes se relacionam melhor e, consequentemente, produzem resultados positivos. 

Até breve,
Marcelo Possidônio

Fontes/pesquisas:
https://www.mundorh.com.br/90-dos-brasileiros-estao-infelizes-no-trabalho/

https://fastcompanybrasil.com/news/apenas-21-dos-funcionarios-se-sentem-engajados-no-trabalho-segundo-estudo-gallup/

O Autor
Marcelo Possidônio
Marcelo Possidônio

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